Ciência com Consciência


Probióticos e Perda de Peso



INTRODUÇÃO
A obesidade é um fator desencadeante para o desenvolvimento de doenças metabólicas, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, osteoartrite e certos tipos de câncer.

Além da influência do balanço energético alterado, há estudos recentes em humanos e animais que relacionam a microbiota intestinal como determinante da obesidade. A composição microbiana é fortemente influenciada pela dieta, e por sua vez, influencia a função intestinal.

Estudos relataram que indivíduos obesos exibiam diminuição de bactérias anti-inflamatórias e aumento de patogênicas. Com a dieta, no entanto, eles tinham melhora da qualidade das bactérias intestinais, o que estava associado a uma significativa perda de peso. Assim, mudanças na microbiota desempenham um papel crucial na garantia da eficácia dos tratamentos da obesidade.

Os probióticos são definidos pela FAO (Food and Agricultural Organization) e pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como “microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um efeito benéfico à saúde do hospedeiro”

Os gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium foram relatados como tendo efeitos benéficos na síndrome metabólica, como perda de peso, gordura visceral reduzida e tolerância à glicose melhorada na maioria dos estudos em animais e alguns em humanos. Entretanto alguns estudos relataram que os prebióticos são mais úteis que os probióticos.

Prebióticos são os "alimentos dos probióticos". Estão presentes em alguns alimentos e os seres humanos não digerem. Exemplos: frutoologosacarídeos (FOS), a pectina, as ligninas e a inulina.

Estudos sugeriram que espécies benéficas da microbiota intestinal têm efeitos na modulação da adiposidade levando a perda de peso, entretanto os resultados não são conclusivos.

RESULTADOS

Os estudos incluídos na análise do efeito dos probióticos no peso corporal não revelaram diferenças significativas no peso ou na diferença de IMC médio e na massa gorda visceral média entre o grupo de tratamento com probióticos e o grupo controle. Portanto a metanálise sugeriu que os probióticos podem não afetar o peso corporal, o IMC e a gordura visceral de pacientes obesos.

Em nenhum estudo houve efeito adverso sério, apenas um relatou azia, dor de cabeça e diarréia nos grupos probiótico e controle, portanto o tratamento de probiótico não foi a causa dos efeitos adversos.

DISCUSSÃO
Vários estudos estão sugerindo que a composição dos micróbios intestinais têm sim um papel importante no desenvolvimento da obesidade. É reconhecido que a microbiota intestinal desempenha um papel importante no armazenamento e gasto de energia, e que a composição da microbiota intestinal difere entre os humanos magros e obesos.

Uma dieta rica em açúcares e gorduras altera a flora bacteriana intestinal e os produtos bacterianos presentes no intestino.

Embora o consumo de probióticos seja benéfica à saúde, esta meta-análise não mostrou benefícios quanto a perda de peso. No entanto, dois estudos que não foram incluídos na meta-análise devido à baixa qualidade, mostraram efeitos positivos quanto ao peso corporal e gorduras viscerais, especialmente em mulheres.

Este estudo teve como limitação que os estudos incluídos envolveram a ingestão de diferentes quantidades de probióticos e diferentes durações de tratamento sem obter um padrão, o que pode ter levado a resultados contraditórios.

Em conclusão, os resultados da meta-análise indicam que os probióticos não são eficazes para diminuição do peso corporal e do IMC. No entanto, têm suas limitações por não haver um padrão na duração dos tratamentos, na dosagem do probiótico e pela diferença  no consumo alimentar que os participantes de cada estudo obtinham.

E NA PRÁTICA?

Muitos associam o consumo de probiótico ao consumo de suplementos, no entanto podemos obter esse microorganismos do bem pela alimentação, assim como os prebióticos. Abaixo alguns exemplos:

Probióticos:

  • Beterraba em conserva
  • Coalhada
  • Iogurte Natural
  • Kefir
  • Kombucha
  • Picles
  • Repolho em conserva

Prebióticos:

  • Alcachofra
  • Alho
  • Banana
  • Cebola
  • Grãos Integrais
  • Maçã

Caso utilize a suplementação, sugerimos escolher uma boa combinação de cepas na ordem do bilhão, e fazer 2 a 3 ciclos, de 3 a 4 meses, no ano.

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Artigo analisado pela estagiária Tássia Angelini (1º semestre/2018)

Probiotics for weight loss: a systematic review and meta-analysis; Nutrition Research, Julho 2015.










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